ÚLTIMA ENTRADA

Cancelamento

Acto de (tentar) retirar a outra pessoa o direito de expressar livremente as suas opiniões. O cancelamento é um Cancelamento Bom  quando a o...

S

Sátrapa

Um apparatchik instalado num dos 13.740 organismos públicos (contagem de Outubro de 2010) que custa em média o equivalente a pelo menos 200 utentes da vaca marsupial pública.

Se-atolar-se (politiquês)

Verbo duplamente reflexivo, que traduz uma acção ou uma afirmação, geralmente irreflectida, equivalente a meter-se completamente num atoleiro, ou atascar-se pela frente e por trás. Esta expressão poderia ter sido cunhada pelos especialistas do todo-o-terreno.

Secção

Disciplina onde concorrem as personalidades, luminárias, etc., submetidas a Avaliação Contínua. Estão em constante crescimento. Neste momento estão previstas as seguintes secções.

Secção Albergue espanhol (com duas subsecções)
Aqui se tratam os casos de recusa da convivência duvidosa entre contrários (a parte boa da secção) ou, pelo contrário, da aceitação particularmente repelente da promiscuidade contra natura (a parte má da secção).

Secção Assault of thoughts
Secção inspirada em John Maynard Keynes, que um dia escreveu: Words ought to be a little wild, for they are the assault of thoughts on the unthinking.

Secção A título póstumo
Onde o Impertinente recupera com atraso, às vezes irremediável, outras vezes não, duma sua distracção ou da ignorância que o levou a não atribuir na devida altura o merecido prémio.

Secção Com a verdade me enganas
Acontece nas melhores famílias. Distraidamente umas vezes, outras não, falam-se verdades que parecem mentiras, ou vice-versa. Em relação às mentiras, recordo o poeta popular António Aleixo que um dia escreveu que P'ra a mentira ser segura / e atingir profundidade, / tem de trazer à mistura  / qualquer coisa de verdade. Em relação à verdade, a recíproca também parece aplicar-se como postulou Fiodor Dostoievski em Os Possessos «a verdadeira verdade é sempre inverosímil; para lhe dar verosimilhança é preciso misturar-lhe um pouco de mentira».

Secção Entradas de leão e saídas de sendeiro
Por vezes o que bem começa, mal acaba, frequentemente por uma ambição não servida pela competência, ou pelas ganas, à altura dessa ambição. Ou por ambas, porque na vida real a competência sem ganas é pura diletância e as ganas sem competência são pura obstinação.

Secção Frases Assassinas
Pela boca morre o peixe. E pelos ouvidos, por onde se emprenha, quem é que morre? Ora, morre qualquer um, mas nesta secção o que interessa são os que matam com palavras. Ou com adjectivos que, como disse Baptista-Bastos (não esquecer o hífen), são a política a infiltrar-se nas palavras.

Secção George Orwell
Diz-se que George Orwell terá dito que há ideias e opiniões tão obviamente idiotas que é preciso ser-se um intelectual para se acreditar nelas. Nesta secção se acolhem as melhores pérolas do espírito das nossas luminárias pensadoras.

Secção Idiotas Inúteis
Se idiotas úteis são os compagnons de route e outros que, não sendo da tribo, lhe fazem distraidamente companhia, idiotas inúteis serão os mesmos idiotas quando não são úteis, como diria o Senhor da La Palice, se ainda fosse vivo.

Secção Insultos à inteligência
Nesta secção se abrigam as mentiras ou sórdidas distorções da verdade para iludir as audiências ou simples vacuidade voluntariamente produzida pour épater le bourgeois.

Secção Musgo Viscoso
O Dr. Mário Soares, num misto de lucidez e de velhacaria, escreveu um dia no DN, logo após a fuga do Eng. Guterres do pântano para o limbo presidencial, que ao PS fará bem uma cura de oposição ... para livrar-se de um certo oportunismo interesseiro e negocista que o atacou, como musgo viscoso.

Secção Óbvio Ululante
Aqui se contemplam os escritos ou ditos de luminárias que partilham revelações exaltantes, se não fossem já lugares comuns. Esta secção é também uma homenagem a Nelson Rodrigues - um anjo pornográfico que vê o amor pelo buraco da fechadura, como ele se (d)escreveu. NR baptizou de Óbvio ululante uma selecção das suas crónicas (Confissões), que publicou durante 1968 no jornal O Globo, a propósito dos desvarios ocorridos nesse ano, que ainda hoje excitam o esquerdismo senil .

Secção Padre Anchieta
O padre José Anchieta, linguista e evangelizador de índios do Brasil, fez imensas coisas, inclusive este poema, que não interessa nada para o caso, mas que cai bem citar no blogue:
Vi-me agora num espelho e comecei de dizer:
Corcós, toma bom conselho
Porque cedo hás de morrer.
Mas, com justamente ver o beiço um pouco vermelho
Disse: fraco estás e velho
Mas pode ser que Deus quer
Que vivas, para conselho
O importante para esta secção é a lenda. Corria o ano de 1554, num certo dia, numa breve parada, após longa, acelerada e extenuante caminhada para Reritiba à frente dos Tupis que lhe carregavam as trouxas, o Padre Anchieta deu-se conta que os índios, sentados sobre as suas tralhas se recusavam a recomeçar. Perguntando-lhes o porquê, explicaram-se os Tupis, com grande soma de pachorra, que na rapidez da caminhada a alma lhes tinha ficado para trás e tinham precisão de esperar por ela.

Secção Perguntas impertinentes
Onde se pergunta aquilo que os perguntados não gostariam nunca que lhes perguntassem, ou, simplesmente dito, se pergunta o imperguntável – uma palavra que não me perguntem se existe.

Secção Res ipsa loquitur
Como seria de esperar numa secção com este nome, aqui se tratam os feitos que falam por si mesmo sem precisarem de grandes narrativas do Impertinente, que, apesar disso, perde quase sempre a oportunidade de ficar calado.

Secção Rilhafoles
Quando o Impertinente era infante e se excedia nas impertinências, a mãe ralhava-lhe, como era costume as mães ralharem aos filhos naquela remota época. Se as impertinências, uma vez ou outra, roçavam o temerário ou a absoluta falta de senso, a mãe culminava a longa sequência de admoestações com o dedo em riste e a apavorante ameaça: continua assim e interno-te em Rilhafoles! Só bastante mais tarde é que o Impertinente veio a saber que Rilhafoles era esse - o antigo convento perto do Campo dos Mártires da Pátria, sede do Real Colégio Militar durante alguns anos e, a partir de meados do século XIX, manicómio que albergava doidos de todo o país, alguns deles com impulsão suicida avant la lettre. Na Secção de Rilhafoles da Avaliação Contínua se trata das criaturas que a mãe do Impertinências poderia, por boas ou más razões, ameaçar punir as suas sandices com o dedo em riste: continua assim e interno-te em Rilhafoles!

Secção Sol na eira e chuva no nabal
Aqui se avaliam os desejos, confessados ou adivinhados, dificilmente conciliáveis a que os humanos frequentemente sucumbem.

Secção Still crazy after all these years
Todos sabemos que com idade a única coisa certa é que aumentam os achaques. Quanto ao resto, umas vezes cresce o siso, outras não. Esta secção trata das vezes em que não. É claro que a falta de siso pode ter ou não nobres causas.

Secção Tiros nos pés
Como muito bem sabe qualquer macho que andou na tropa, o tiro no pé é, geralmente, o resultado duma pontaria baixa, duma mira desalinhada ou duma óbvia incompetência para a arte de atirar.

Secção Universos paralelos
Nos finais de 2002, li vagamente algures que as investigações de dois físicos Robert Foot (Melbourne) e Saibal Mitra (Amsterdão) os levaram a pensar ter encontrado evidências da existência de um Universo paralelo, a partir de observações feitas em imagens do asteróide Eros. Não faço a mínima ideia se estas evidências foram ou não confirmadas mais tarde. Tomo-as como certas porque faz muitos anos que tenho evidências quotidianas da existência de universos paralelos no nosso torrão natal.

Segredo de Estado (sucial)

Termo em dialecto sucialês que designa uma informação cuja divulgação é inconveniente para os novos situacionistas sucessores dos velhos situacionistas, que ocupam o Estado sucial que sucedeu ao Estado Novo.

Exemplo: notas do Dr. Frederico Pinheiro, assessor do Dr. Galamba, ministro das Infraestruturas, entretanto exonerado pelo telefone (o assessor e não o ministro, que se despediu, mas foi readmitido) e ameaçado pelo ministro com "dois murros", sobre reuniões de membros do governo, com deputados e a CEO da TAP, mais tarde demitida, para a "preparar" para uma audição na Comissão Parlamentar de Inquérito, notas que se encontravam no computador de trabalho na posse do assessor, computador que o jurista e também primeiro-ministro Dr. Costa classificou como "roubado" pelo assessor.

Segredo de justiça (Juridiquês)

Mecanismo processual que obriga o putativo arguido a comprar jornais ou a ver televisão para tomar conhecimento da acusação.

Serviço público

Ver Áreas temáticas

Esta área também poderia chamar-se Há vida para além do Impertinências. Aqui se remetem os leitores acidentais para produtos da Bloguilha (ver) ou, por vezes, de fora dela que a um bloguenauta incauto poderiam, de outro modo, passar despercebidos, por falta de tempo ou por distracção.

Socialismo do reviralho

Movimento ressuscitado pelo Dr. Mário Soares que dá continuidade ao chamado reviralhismo republicano. Enquanto este último se dedicava a conspirações falhadas contra o Estado Novo do Dr. Salazar, o socialismo do reviralho na sua versão hardcore dedica-se a conspirar ruidosamente, em nome da democracia, contra qualquer governo não socialista democraticamente eleito. Na versão softcore o socialismo do reviralho concentra-se em conspirar silenciosamente, em nome do socialismo, contra os dirigentes socialistas que não fazem parte do círculo de influência do fundador.

Tem como militantes os indefectíveis admiradores do Dr. Soares e como simpatizantes todos os socialistas sem coluna vertebral que em privado concedem que o fundador já não é para levar a sério e em público citam com reverência os seus despautérios. Esporadicamente, esses despautérios do socialismo do reviralho são aproveitadas por outras correntes ou por personalidades ressabiadas no convencimento que o muito passado do Dr. Soares lhe augura imenso futuro.

Alguns exemplos de despautérios recentes: «por muito menos que isto foi morto o rei D. Carlos»; «porquê o Presidente da República não é julgado?»; «a democracia está em perigo»; «somos uma pseudodemocracia».

Summary for the sake of

It is not a summary and it is not always for the sake of anybody. It is a simply bullshit tale that pretends to tell the same story in English as in Portuguese.